Um Império em crise após a abolição da escravatura em 1888 alimentou os ideais republicanos, em face do estado de saúde frágil de Dom Pedro II, cuja filha, a Princesa Isabel, havia se casado com o Conde D´Eu, um francês totalmente impopular em terras tupiniquins, principalmente em razão dos conflitos com os militares por ele criados durante a Guerra do Paraguai. Segundo a historiadora Catia Faria, a figura do Conde D´Eu era associada a massacres inaceitáveis, a um comportamento arrogante e à falta de competência como administrador. Portanto, a possibilidade da Princesa Isabel vir a assumir o trono, em razão do falecimento iminente do seu pai, era criticada em todas as faixas sociais, assim como também não era bem visto o Visconde de Ouro Preto, chefe do gabinete do Império e famoso pela sua intransigência – mas foi ele o nomeado por Dom Pedro II para fazer as reformas que os republicanos buscavam.
Mesmo com a vitória do Brasil, em 1870, na Guerra do Paraguai, os militares não receberam, como desejavam, reconhecimento do Imperador que, além da saúde debilitada, enfrentava a crise econômica gerada por dívidas associados ao sistema de governo atrasado da monarquia e aos investimentos bélicos recém-realizados. Por outro lado, os militares, assim como comerciantes e membros da elite, vinham sendo insuflados pelos princípios filosóficos, culturais e econômicos propagados desde a Revolução Francesa, com base em pensadores iluministas de ideologia positivista.
A instauração da Primeira República brasileira foi, portanto, uma solução aclamada contra as crises locais e a favor de um relacionamento mais profícuo com a Europa, destacando-se o fato de todos os historiadores estarem de acordo com a constatação de que sem o Marechal Deodoro da Fonseca ela não teria chegado tão a galope como o ocorrido.
No dia 15 de novembro de 1889, passados exatos 100 anos da Revolução Francesa, o Marechal Deodoro, então muito amado pelos militares e por todos aqueles que almejavam mudanças de rumo em prol do crescimento da nação, saiu de sua casa no centro do Rio, próximo à Central do Brasil, para pacificamente proclamar a República, acompanhado por uma tropa composta por cerca de mil militares.
A Família Real recebeu um prazo da República Brasileira para deixar o país e despediu-se do nosso povo com muita classe e as seguintes resolutas palavras de Dom Pedro II:
“Resolvo, cedendo ao Império das circunstâncias, partir com toda a minha família amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida. Conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos por sua grandeza e prosperidade”.
A tela “Proclamação da República”, de Benedito Calixto, retratando esse momento glorioso da nossa história, ilustra estas lembranças que compartilhamos com a Família ADEPOM, enfatizando o importante papel dos militares para que o ideal tão sonhado da República fosse concretizado.
Não haverá expediente na sede da ADEPOM em São Paulo e na Regional Santos neste 15 de novembro, quarta-feira. Nossas atividade presenciais regulares serão retomadas na quinta-feira, 16 de novembro, a partir das 8 horas. Bom feriado!