Em junho de 2014, o governo de São Paulo abriu edital, recolheu o dinheiro dos participantes, aplicou a prova e não convocou nenhum dos aprovados para oficial administrativo da Polícia Militar (PM). Agora, o prazo venceu e os aprovados para as cinco mil vagas anunciadas ficaram sem o emprego. De acordo com a PM, a crise econômica do país fez com que essas contratações não acontecessem.
Ao todo, mais de 40 mil pessoas participaram pagando R$ 45 pela taxa de inscrição. Estima-se que a empresa responsável em aplicar a prova faturou quase 2 milhões de reais.
Criada através de uma lei e sancionada por Geraldo Alckmin no fim de 2013, esse concurso era inédito e tinha o objetivo de substituir os antigos soldados temporários que trabalhavam em setores internos da Polícia Militar com tempo de contrato e sem vínculos empregatícios.
Contratações temporárias
As contratações temporárias se tornaram inconstitucionais pela Justiça após uma ação do Ministério Público. De acordo com o MP, as atividades dos soldados temporários são peculiares ao funcionalismo público, e para isso, o governo de SP criou o cargo de oficial administrativo para se adequar à determinação.
Conforme o edital, o salário inicial do novo cargo seria R$ 992 com jornada de 40 horas semanais. Entre as atribuições básicas do oficial administrativo, estão o controle da entrada e saída de processos em geral, a execução de serviços de digitação; e redação de textos de ofícios e memorandos. Outro ponto a se destacar é que a função não prevê o poder de polícia e o uso de farda.
O resultado final saiu 10 meses após a realização da prova e a homologação do certame ocorreu pouco depois, em julho de 2015, e partir daí, começou a valer o prazo de dois anos para que os aprovados fossem convocados. Com o prazo expirado, ninguém foi contratado e tudo indica que nem será.
Segundo o capitão Rodrigo Fernandes Cabral, porta-voz da PM, afirmou que, “em virtude desse contexto do Brasil de hoje, de crise econômica, que acabou reduzindo os níveis de arrecadação de todas esferas do governo”, não haverá contratação alguma a partir do concurso. “Infelizmente. A gente tem ciência que gera uma expectativa”, lamentou.
Agora, milhares de jovens que ficaram dois anos na expectativa de ingressar na carreira pública e poder trabalhar na PM, mesmo não sendo na parte operacional, tiveram seus sonhos frustrados, um verdadeiro